Famosa experiência de Galileu descrita pelo mesmo:
“Numa viga de madeira com cerca de doze braccia [jardas] de comprimento, meio braccio de largura e três polegadas de espessura, abriu-se um sulco muito direito ao longo do comprimento, com pouco mais de uma polegada de largura; depois de limpo e alisado, colou-se no seu interior um bocado de pergaminho, o mais liso e limpo possível. Por ele se fez descer uma bola de bronze muito pesada, bem redonda e polida, tendo a trave sido erguida elevando uma ou duas braccia acima do plano horizontal. Como eu disse, bola foi deixada cair ao longo do referido sulco e observamos (da maneira que vos direi) o tempo gasto em todo o percurso, repetindo o mesmo processo muitas vezes, de modo a termos absoluta certeza do tempo gasto, no qual nunca encontrámos uma diferença superior a um décimo de pulsação.”
“Numa viga de madeira com cerca de doze braccia [jardas] de comprimento, meio braccio de largura e três polegadas de espessura, abriu-se um sulco muito direito ao longo do comprimento, com pouco mais de uma polegada de largura; depois de limpo e alisado, colou-se no seu interior um bocado de pergaminho, o mais liso e limpo possível. Por ele se fez descer uma bola de bronze muito pesada, bem redonda e polida, tendo a trave sido erguida elevando uma ou duas braccia acima do plano horizontal. Como eu disse, bola foi deixada cair ao longo do referido sulco e observamos (da maneira que vos direi) o tempo gasto em todo o percurso, repetindo o mesmo processo muitas vezes, de modo a termos absoluta certeza do tempo gasto, no qual nunca encontrámos uma diferença superior a um décimo de pulsação.”
O procedimento de Galileu difere inteiramente do que é vulgarmente exposto em manuais elementares como o método científico. O modo usual de proceder é reunir um imenso número de observações ou realizar uma série de experiências, catalogar depois os resultados, torna-los universais, procurar uma relação matemática e, por último, encontrar uma lei. Mas o próprio Galileu ostenta um processo divergente. O seu pensamento criador caracterizava-se por uma constante interacção entre abstracção e realidade, entre as ideias teóricas e os dados experimentais.
Galileu torna bem claro que o propósito das experiências no plano inclinado não era descobrir a lei que foi a sua descoberta original, mas antes obter a certeza de que, de facto, tais acelerações, como as que descreve, podem ocorrer na natureza. Observe-se que, o que é realmente evidenciado em tal série de experiências não é que a velocidade é proporcional ao tempo mas apenas que a distância é proporcional ao quadrado do tempo. Uma vês que este é um resultado implicado pelo facto de a velocidade ser proporcional ao tempo, assume-se que a experiência também justifica o princípio de que a velocidade é proporcional ao tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário